Istambul, Turquia (Sábado, 03 de junho)

Daniel Lima

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Na manhã seguinte, tomamos um avião para um curto voo até Istambul, a maior cidade da Turquia. Ela tem o destaque de ser a única cidade que se encontra em dois continentes ao mesmo tempo. Istambul, chamada de Bizâncio até o ano 300 d.C., e Constantinopla até a queda do Império Romano do Oriente em 1453, tem parte de seu território na Europa e parte na Ásia. A cidade se situa exatamente ao redor do estreito do Bósforo. O Império Otomano tomou a cidade e passou a chamá-la de Istambul. Em 1923, um movimento rebelde derrubou o Império Otomano e foi fundada o que hoje conhecemos como Turquia.

A cidade é moderna e muito bonita. Durante o domínio otomano, houve um esforço para apagar todos os vestígios do cristianismo. Uma visita que alguns fizeram foi à grande mesquita de Santa Sofia. Este local é um símbolo das mudanças daquela cidade. Construída entre os anos de 523 e 537 como catedral da cidade, esta foi convertida em uma mesquita durante o domínio otomano. Com a ascensão do governo secular que inaugurou a moderna Turquia, Santa Sofia foi transformada em um museu. No entanto, demonstrando a transição da Turquia para um país cada vez mais muçulmano, há dois anos o museu foi transformado mais uma vez em mesquita.

Após a visita a Santa Sofia, nos encontramos todos no famoso Grande Bazar de Istambul. O local é um labirinto de lojas que oferecem praticamente de tudo. Sendo um local turístico, a recepção é muito calorosa e preços são disputados o tempo todo. Para aqueles que gostam de compras, foi um passeio especial e até mesmo lucrativo.

Eu, no entanto, fiquei muito impactado com Santa Sofia. O prédio é sem dúvida deslumbrante, com vitrais e murais muito bonitos, muito embora muitos tenham sido cobertos pelos muçulmanos. O que mais me impressionou foi o povo e o ambiente. Sendo uma mesquita, há um rigoroso código de vestimentas. Mulheres devem cobrir os cabelos, braços e pernas. Caminhei no salão central buscando compreender o significado daquele prédio para a fé dos muçulmanos. Muito distinto de nós, os muçulmanos se encontram ali para rezar, sempre em árabe (Alá não aceita orações em outros idiomas), e para ouvir leituras do Alcorão. 

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Em dado momento, ouvi um anúncio que era chegado o momento de uma das cinco orações tradicionais, sendo assim, todas as mulheres deveriam se retirar do salão central. Fiquei ouvindo se eu (como cristão considerado um infiel) deveria me retirar, mas não era necessário, apenas as mulheres deveriam se retirar. Vi todas as mulheres se retirando, muitas com o tradicional hijabe (lenço cobrindo cabelos e pescoço), e não pude deixar de sentir como elas eram discriminadas. Eu, tido como infiel, podia permanecer. Elas, embora seguidoras da fé islâmica, tinham de se retirar.

O fato de que podemos buscar a presença de Deus em todo e qualquer lugar, sem necessidade de usar um idioma específico, me aproxima dele.

Saí feliz de ter conhecido o local, e ainda mais feliz pela fé que tenho no evangelho. Mesmo com as definições de papéis no lar e na igreja, Paulo escreve em Gálatas 3.26-28:

“Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”.

A promessa e o ensino de que somos todos iguais diante de Cristo traz para meu coração grande conforto. O fato de que podemos buscar a presença de Deus em todo e qualquer lugar, sem necessidade de usar um idioma específico, me aproxima dele. Agradeço a Deus pela realidade de que, em Cristo, temos um novo e vivo caminho. Como afirma o escritor de Hebreus: “Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Lugar Santíssimo pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo”.

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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