Jerusalém, Israel (Segunda-feira, 05 de junho)

Daniel Lima

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Nesses dois dias (5 e 6 de junho), na parte da manhã, tivemos o privilégio de participar da miniconferência profética em Jerusalém. As palestras com Seth Postell, Meno Kalisher e Ilan Schucman foram excelentes e ainda fomos abençoados ao louvarmos juntos, dirigidos pela irmã Thais Schucman. Estudamos o livro de Apocalipse em uma visão panorâmica, fomos instruídos quanto ao plano de Deus para Israel e, por fim, ouvimos sobre como é viver em Israel.

Nessa primeira tarde fizemos uma visita de grande impacto: o Museu do Holocausto Yad VaShem. Ali fomos apresentados à história do surgimento do nazismo e a perseguição aos judeus, desde os ataques à sua reputação até os campos de extermínio. Para quem conseguiu acompanhar essa jornada de dor e tragédia, certamente foi um momento pesado. Ficaram evidentes as consequências do pecado, tanto do povo de Deus ao rejeitar o Messias, quanto dos gentios ao perseguir o povo escolhido de Deus. Saímos impactados, no meu caso mais uma vez, com as histórias, os testemunhos, os documentos. Uma vez mais se tornou vívida a frase atribuída a Edmund Burke: “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”.

Dentro os vários testemunhos, há um que sempre me marca. É do médico e educador polonês dr. Janusz Korczak. Esse homem de origem judaica fundou e dirigiu o orfanato Dom Sirot para crianças judias. Em 1940, o orfanato foi transferido para o gueto e eventualmente todas as crianças foram enviadas ao campo de extermínio de Treblinka. Janusz teve pelo menos duas oportunidades de escapar desse fim, mas considerou que não podia abandonar suas crianças. 

O exemplo de um homem estudioso e dedicado ao cuidado e educação de crianças escolher morrer com seus alunos é impressionante. Para mim aponta para o fato de que mesmo entre não cristãos (não há nenhum registro de que Janusz era sequer temente a Deus), ainda existem resquícios da imagem de Deus. Seu ato foi não só corajoso, mas também amoroso. O apóstolo Paulo, no capítulo 5 de Romanos, versículo 7, escreve: “Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer”. O dr. Janusz teve coragem de morrer pelos seus pequenos órfãos. 

“Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5.8)

No entanto, uma pergunta se impõe, especialmente em um contexto em que assistimos a registros de tanta crueldade. Quem morreria pelos nazistas, pelos que perseguiram e mataram homens, mulheres e crianças pelo simples fato de serem judeus? Paulo mesmo responde no versículo 8: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Jesus morreu pelos nazistas, por criminosos confessos ou não, morreu por você e por mim. Sua morte nos oferece a oportunidade de salvação. E o pagamento foi efetuado muito antes de haver arrependimento ou quebrantamento em qualquer um de nós. Por mais admirável que tenha sido o ato do dr. Janusz Korczak, ele é meramente um pálido reflexo do ato de amor de Deus.

Minha oração é que essa reflexão não só alimente nossa gratidão pela obra de nosso Salvador, mas também coloque em perspectiva os atos de bondade e coragem que fazemos. Eles não são inúteis ou sem valor. São apenas reflexos do supremo ato de amor daquele que é amor, Deus.

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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 25º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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