Perguntas Impossíveis de Responder
É curioso como às vezes ouvimos perguntas que são impossíveis de responder. Essas perguntas fazem com que, qualquer que seja nossa resposta, tenhamos de quebrar nossos princípios. É verdade que às vezes situações de vida nos colocam em um conflito ético, quando aparentemente dois princípios ficam em oposição. No entanto, é fundamental verificar se a pergunta realmente representa um conflito assim ou se estamos sendo encurralados por uma armadilha.
Uma das armadilhas que tenho ouvido com alguma frequência é dirigida a pais cujos filhos se identificam como homossexuais. Em geral é feita por um terapeuta ou outra pessoa que tenha uma abertura favorável ao movimento LGBTQ+. A pergunta é: “Você prefere um filho morto ou um filho gay vivo?”. A premissa é que um filho que se identifica como gay e não recebe a aprovação dos pais vai se suicidar. Dessa forma, na mente de quem faz a pergunta, só existem duas opções: ou seu filho tira a própria vida, ou você aprova sua escolha de estilo de vida.
É fundamental verificar se a pergunta realmente representa um conflito assim ou se estamos sendo encurralados por uma armadilha.
Para um cristão que mantém suas convicções bíblicas, essa é uma pergunta sem resposta. Nenhum pai deseja a morte de seu filho ou filha. Ao mesmo tempo, tampouco pode aprovar um estilo de vida homossexual. Na conhecida passagem de João 8.1-11, Jesus se depara com uma pergunta assim ao ser confrontado com a situação da mulher pega em adultério. Repare nos versículos 3 a 6:
Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher supreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi surpreendida no ato de adultério. Na lei, Moisés, nos ordena apedrejar tais mulheres. E, você, o que tem a dizer? Eles estavam usando essa pergunta para testá-lo, a fim de terem fundamento para acusá-lo.
A pergunta apresenta apenas duas opções: apedrejamento ou desobediência à lei de Moisés. O próprio texto indica que a pergunta era uma armadilha. Seguir a lei de Moisés incorreria em desafiar o poder romano, que proibia os judeus de condenar alguém à morte. Liberar a mulher contrariava a lei de Moisés. Jesus, no entanto, não se deixa encurralar pela pergunta mal-intencionada. Ele se aprofunda na questão e desafia os acusadores a uma autoavaliação, gerando uma debandada de todos eles.
Jesus não se deixa encurralar pela pergunta mal-intencionada. Ele se aprofunda na questão e desafia os acusadores a uma autoavaliação.
Na pergunta acima sobre o filho que se identifica como gay, um pai fica encurralado com apenas duas opções – no entanto, precisamos nos perguntar se realmente não há outras alternativas que nos permitam permanecer fiéis a nossas crenças cristãs. Em 1Coríntios 6.9-10 Paulo denuncia a perversidade, exposta em comportamentos pecaminosos (inclusive a homossexualidade). Se a passagem terminasse nesse versículo, ficaríamos apenas com a condenação. A graça e o amor de Deus se manifestam com o versículo 11: "Alguns de vocês foram assim. Contudo, foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus".
Esse versículo indica que mesmo aqueles com uma luta com a homossexualidade tiveram suas vidas mudadas pelo poder de Jesus. De forma que não há apenas duas opções: suicídio ou aprovação de pecado. Há uma terceira e melhor alternativa: uma vida de arrependimento e transformação pelo poder de Jesus.
É minha oração que, mesmo em situações nas quais ficamos encurralados por perguntas, busquemos a alternativa de Deus e não cheguemos a negar os princípios cristãos.