O tema “arrebatamento” nada tem a ver com fuga da realidade ou passividade, ele deveria estimular os crentes a viverem integralmente para nosso Senhor Jesus que está voltando.
O arrebatamento é um encontro. É o que afirma Paulo em 1Tessalonicenses 4.16-17: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Para completar o raciocínio, vejamos os versículos da primeira carta aos Coríntios que também falam do arrebatamento: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1Coríntios 15.51-52).
O Senhor vem ao encontro da igreja e a igreja vai ao encontro do Senhor. Nesse momento os mortos em Cristo e os crentes vivos receberão corpos glorificados. E então nos reuniremos com o Senhor. Essa reunião não se dará sobre a terra; será nos ares, e de lá entraremos na glória celestial.
Todos os crentes serão reunidos num só momento, ajuntados e atraídos por um poder invisível, e todos desaparecerão da face da terra. O cientista norte-americano Thomas Alva Edison (1847-1931) ilustrou essa realidade futura fazendo uma experiência: misturou areia com limalha de ferro. Segurou um potente ímã sobre a mistura. De repente, a areia começou a se mexer deixando sair a limalha de ferro, que foi atraída pelo ímã e se grudou nele. Assim será o arrebatamento. Os crentes serão retirados de onde se encontram e se reunirão com Cristo.
Você anseia por esse momento em que o Senhor chamará desta terra os que são dele? Paulo esperava pela coroa da justiça (2Timóteo 4.8). Essa coroa está preparada e disponível não só para Paulo; todos os que “amam a sua vinda” terão direito a ela. Você ama a vinda de Jesus? Talvez responda “sim”, pensando apenas em livrar-se dos incômodos do dia de hoje. Talvez você gostaria de não precisar estudar para a prova de amanhã, não quer ter aquela conversa desagradável com seu chefe rabugento, sonha em não ter mais contas a pagar nem decisões a tomar. Você espera pela volta de Cristo só para que seus problemas desapareçam no ar? Isso não é amar a vinda de Cristo! Amar a volta de Jesus de verdade é viver uma vida totalmente voltada para ele, condicionando todo o nosso agir a esse grande evento iminente.
Digamos que Jesus voltasse em uma semana. Como seria essa nossa última semana sobre a terra? Estudaríamos a Palavra de Deus todos os dias, buscaríamos profunda comunhão com o Senhor e estaríamos presentes em todos os cultos? Sim, com certeza iríamos participar ativamente de todas as programações na igreja e evangelizaríamos todos ao nosso redor. Fugiríamos do pecado, demonstraríamos amor ao próximo e pediríamos perdão a quem magoamos. Mas, por que não fazemos tudo isso agora mesmo? Jesus realmente poderia vir na próxima semana. Ele poderia vir ainda hoje!
Existe um fenômeno que pode ser observado em toda a história da igreja: quando uma igreja vivia ou vive na expectativa da volta de Cristo, era e é uma igreja viva e ativa. Foi assim no início da igreja. O apóstolo Paulo e as primeiras igrejas que foram se formando contavam com a volta de Cristo ainda em seu tempo de vida. A mesma coisa aconteceu no século 19 e no início do século 20. Houve um clímax na evangelização mundial. Muitas missões foram fundadas nessa época e milhares de missionários foram enviados aos campos pioneiros do mundo todo. Foi uma época de grande expectativa pela volta de Cristo, conjugada a intenso fervor missionário. Hoje, infelizmente, o amor pela vinda de Cristo está sendo abafado pelo materialismo, pela busca do bem-estar, de uma boa posição social e de lazer e entretenimento sem fim. Em resumo, em muitos lugares e em muitos corações o amor ao mundo sufocou o amor pela volta de Cristo. Pare e pense: que lugar a volta de Cristo ocupa em seus pensamentos? Que prioridade ela tem em relação às outras coisas da sua vida? Respondendo essa pergunta, você saberá como seu coração se sente quanto à breve volta do Senhor.
Deveríamos fazer nosso o desejo do apóstolo Paulo: “O Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” (1Tessalonicenses 3.12-13).
Na mesma carta, o apóstolo escreve sobre a dupla função de todos os cristãos que se convertem: “… deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho…” (1Tessalonicenses 1.9-10). Essa dupla função é servir o Senhor e esperar sua vinda para buscar sua igreja para junto de si. Estamos cumprindo esses dois propósitos? Somente então teremos condições de responder ao anúncio de Jesus: “Certamente venho sem demora!”, com um sonoro “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22.20).
Autor
-
Stephan Beitze dedica-se ao ensino da Bíblia em igrejas, seminários, acampamentos de jovens e conferências. Junto com sua esposa, é missionário na Chamada da Argentina.