A ressurreição do nosso Senhor nos revela algo sobre a nossa ressurreição final. O que a Bíblia diz e o que não diz sobre o nosso novo corpo.

Enquanto o nosso homem exterior começa a decair, ansiamos pela glória. Ficamos na expectativa do nosso corpo reconfigurado e perfeito no céu. Em 2Coríntios 5.1-2 lemos: “Pois sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação celestial”.

Se, porém, começarmos a pensar em nosso futuro corpo ressurreto, muitas vezes surgem mais perguntas do que respostas. Ainda que a Bíblia não satisfaça nossa curiosidade em cada detalhe, ela nos oferece uma noção básica do nosso corpo novo e glorificado.

De forma genérica, sabemos que o nosso novo corpo será como o corpo ressurreto e glorificado de Jesus:

“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” (Filipenses 3.20-21).

“Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1João 3.2).

Qual era a configuração do corpo ressurreto de Cristo?

• Ele tinha carne e ossos (Lucas 24.39-40).
• Ele se alimentava, consumia alimentos (Lucas 24.41-43; João 21.12-15).
• Os discípulos o reconheceram (Lucas 24.31).
• Ele não estava subordinado às leis normais de tempo e espaço.

Em duas diferentes situações, Jesus atravessou as paredes de um recinto no qual os discípulos se encontravam (Lucas 24.36; João 20.19,26). Numa outra situação, ele desapareceu diante dos seus olhos (Lucas 24.31).

Nosso futuro corpo será tal como o corpo ressurreto de Jesus, e seremos capazes de fazer as mesmas coisas que ele fazia em seu corpo.

Em 1Coríntios 15.35,42-49, a Bíblia enumera vários fatos importantes sobre o nosso corpo futuro: “Mas alguém dirá: ‘Como é que os mortos ressuscitam? E com que corpo virão?’… Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Pois assim está escrito: ‘O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente’. Mas o último Adão é espírito vivificante. O que vem primeiro não é o espiritual, e sim o natural; depois vem o espiritual. O primeiro homem, formado do pó da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o homem terreno, assim também são os demais que são feitos do pó da terra; e, como é o homem celestial, assim também são os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do homem terreno, traremos também a imagem do homem celestial”.

Oito fatos espantosos sobre o nosso futuro corpo

1. Nunca passarão por doenças, decomposição ou morte. Serão permanentes. Nosso corpo atual traz em si de nascença uma data de vencimento. Nosso futuro corpo nunca se desgastará.

2. Corresponderá perfeitamente ao nosso novo ambiente. Será um corpo “celestial”.

3. Cada um será exclusivo e se distinguirá de todos os outros. Assim como as estrelas e os planetas são únicos e diferentemente belos, encontraremos no céu uma multiplicidade única.

4. Superará em muito o nosso corpo atual – assim como os corpos celestes superam o nosso pequeno planeta terra.

5. Será glorioso – “cheio de glória”. Ele nunca irá nos decepcionar.

6. Será forte. O corpo futuro será uma fortaleza inexpugnável. Seremos como o super-homem sem capa e meia-calça. Nosso novo corpo nunca se cansará, nunca se desgastará e nunca ficará sujeito ao pecado.

No arrebatamento, Deus dará a cada um dos seus filhos um corpo novo glorioso, único, diferente e perfeito, que nunca nos decepcionará.

7. Será um corpo espiritual, não natural – o que não significa que não será real ou físico. Contudo, com o nosso novo corpo poderemos expressar plenamente nossa natureza espiritual. Em contraste com o nosso atual corpo natural, o corpo futuro não ficará sujeito às leis físicas de gravidade e espaço. Considere assim: imagine um livro que contenha uma folha de papel branca. O livro representa o corpo humano, e a folha de papel, o espírito. Aqui na terra, o livro controla o espírito e tem a última palavra. É o corpo natural regido pelas leis físicas da gravidade e do espaço. Agora retire a folha branca e envolva o livro nela como numa capa. Agora a folha (o espírito) está por cima. Ela é que tem a última palavra. Este é o corpo espiritual, não sujeito às leis da física, mas capaz de desfrutar plenamente as bênçãos da eternidade.

8. Apesar de toda a considerável mudança, seremos semelhantes ao nosso corpo atual. Em 1Coríntios 15, Paulo aplica a imagem da semeadura para ilustrar a permanência do corpo morto enterrado. Se depositarmos uma semente na terra, haverá uma conexão entre aquilo que se lança no solo e o que cresce a partir daí. Uma semente de cevada produzirá cevada. O carvalho brota de uma bolota. De um grão de trigo crescerá trigo, mas também ocorre uma nítida mudança. Basta pensar na diferença entre uma bolota e um portentoso carvalho. Ou na diferença entre uma semente de tulipa, marrom e feia, e a maravilhosa flor. Ao olhar a bolota, não há como imaginar a majestade e beleza do portentoso carvalho. Assim será também com o nosso corpo. Existe uma conexão entre o corpo (semente) depositado (plantado) no solo, mas também ocorre uma incrível mudança, que nem podemos imaginar quando observamos o nosso corpo terreno.

Tomemos uma outra imagem da natureza: a mudança será tão dramática como a da pequena e feia lagarta que se transforma numa belíssima borboleta. Essa maravilhosa criatura é a mesma que aquele inseto cabeludo de onde ela proveio, e mesmo assim se distingue tremendamente dele.

No arrebatamento, Deus dará a cada um dos seus filhos um corpo novo glorioso, único, diferente e perfeito, que nunca nos decepcionará.