Nossa Atitude e Foco de Oração na Guerra em Gaza

O ataque do Hamas a Israel foi repentino e inesperado. Como cristãos, qual deve ser nossa atitude e foco de oração diante desse acontecimento?

“Para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam” (Lucas 1.71)

Essa profecia foi pronunciada por Zacarias, o sacerdote, pai de João Batista. Dois mil anos se passaram, e essa profecia não se cumpriu completamente para o povo judeu.

Não há outro povo na terra cuja existência, ações e futuro estejam mais intensamente registrados do que o povo judeu.

O versículo 74 diz: “De conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor”. O motivo para o livramento de todos os inimigos é expresso nas últimas quatro palavras, a saber, para que “o adorássemos sem temor”.

Sabemos que os judeus retornaram à terra de seus pais, e estabeleceram uma sociedade progressista e funcional. Mas o verdadeiro livramento e salvação coletiva de Israel ainda não aconteceram. Maria, a mãe de Jesus, orou: “E o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lucas 1.47). Ela revelou que a criança ainda por nascer seria o Salvador – Deus manifestado em carne.

Sabemos que os judeus retornaram à terra de seus pais, e estabeleceram uma sociedade progressista e funcional. Mas o verdadeiro livramento e salvação coletiva de Israel ainda não aconteceram.

Agora, voltamos nossa atenção ao evento abominável que ocorreu em Israel, quando a organização terrorista Hamas lançou um ataque sem precedentes em múltiplas frentes contra Israel, em 7 de outubro de 2023. O resultado foi devastador para Israel, pois mais de 1 400 pessoas foram assassinadas a sangue frio por membros da facção militar Hamas.

No entanto, “Um Documento dos Princípios e Políticas Gerais [do] Movimento de Resistência Islâmica ‘Hamas’” afirma: “O Hamas acredita que a mensagem do islã defende os valores da verdade, justiça, liberdade e dignidade, e proíbe toda forma de injustiça, e incrimina opressores independentemente de sua religião, raça, gênero ou nacionalidade”. Matar civis, “independentemente de sua religião, raça ou nacionalidade” viola os próprios “princípios e políticas” do Hamas!

Esse evento é diferente de todos os outros, pois nenhum armamento de alta tecnologia foi usado de forma significativa; antes, um método bastante não convencional foi implementado pelo Hamas. Além de lançarem mais de três mil mísseis contra Israel, centenas de terroristas bem treinados, fortemente armados com armas modernas, romperam a barreira de segurança de Israel com um objetivo deliberado: matar judeus. Não se tratava de operações militares, mas sim do assassinato impiedoso e desenfreado de civis, jovens e velhos, homens, mulheres e crianças.

A maioria dos governos ocidentais condenou abertamente o ato terrorista do Hamas, enquanto muitos países estão no processo de reavaliar suporte financeiro a Gaza neste momento.

Podemos perguntar: o que deu errado na comunidade de inteligência israelense? Obviamente, ficou evidente uma certa negligência. O Hamas não se envolveu em vários conflitos militares anteriores entre Israel e a facção militar de Gaza, a Jihad Islâmica. Isso, sem dúvida, foi um fator que contribuiu para a atitude relaxada de Israel, e para o fato de eles não estarem totalmente preparados para o horrendo massacre.

Não obstante, mesmo se Israel tivesse se preparado para uma confrontação imediata, praticamente não havia como saber que o Hamas tinha treinado secretamente centenas de terroristas, que não usaram artilharia pesada ou tanques, mas simplesmente motocicletas que se dirigiram rapidamente até cidades e vilarejos israelenses nas proximidades. Observamos que isso não foi feito para ganhar uma guerra, mas simplesmente para assassinar civis e soldados.

Para nós cristãos, é um alerta sério: “Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não ignoramos quais são as intenções dele” (2Coríntios 2.11). Estamos vivendo no fim dos tempos. Agora é mais importante do que nunca que nos ocupemos com a segurança eterna, disponível somente por meio da fé na redenção realizada por Jesus Cristo, nosso Senhor.

O apóstolo Pedro nos admoesta: “Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pedro 5.8). Com frequência demasiada, nós subestimamos as estratégias astutas que Satanás usa para extinguir o nosso testemunho. João nos alerta com muita seriedade: “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo – os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas procede do mundo” (1João 2.15-16).

Devemos concentrar nossa atenção e oração nos crentes em Jesus Cristo que estão nesse lugar. A igreja em Gaza e em Israel é nossa principal preocupação.

De volta a Gaza. Embora reconheçamos plenamente o sofrimento horrendo das pessoas em Gaza – particularmente mulheres, crianças e idosos – devemos concentrar nossa atenção e oração nos crentes em Jesus Cristo que estão nesse lugar. A igreja em Gaza e em Israel é nossa principal preocupação. Oramos para que o nosso Senhor, em sua graça, não apenas proteja, mas também encha os cristãos com sua coragem, amor e compaixão. A igreja continuará sendo edificada, particularmente onde tudo começou: a terra de Israel.

Nesse meio tempo, lembramos da admoestação que o profeta Isaías escreveu cerca de 2 700 anos atrás: “‘Consolem, consolem o meu povo’, diz o Deus de vocês. ‘Falem ao coração de Jerusalém e anunciem que o tempo da sua escravidão já acabou, que a sua iniquidade está perdoada e que ela já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados’” (Isaías 40.1-2).

Autor

  • Arno Froese

    Arno Froese é o Diretor-Executivo da Obra Missionária Chamada da Meia-Noite nos Estados Unidos. Ele é autor de diversos livros de ampla repercussão. Participou de várias conferências proféticas nos EUA, Canadá, Israel e Brasil. Suas extensas viagens contribuíram para sua aguçada percepção da profecia bíblica sob uma perspectiva internacional.

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