Pessoas que Encontrei na Viagem: Parte 2 – Theodor Herzl

Nesta série, Daniel Lima apresenta algumas personalidades históricas importantes “visitadas” durante a Viagem à Europa 2024 da Chamada. Este texto trata do pioneiro sionista Theodor Herzl.

É instinto humano querermos fazer parte de um grupo. Queremos “pertencer”, queremos que os outros nos vejam como um “deles”. Isso é particularmente verdade se nos sentimos rejeitados ou desprezados. Muitos cristãos lutam com isso, especialmente ao entrar na faculdade. É comum que jovens cristãos se sintam constrangidos ou envergonhados de sua fé, especialmente quando confrontados por professores ou veteranos, ou mesmo colegas.

Esse foi o sentimento de uma das pessoas que “conheci”. Theodor Herzl era um jornalista judeu aceito na sociedade austríaca. A princípio, julgava que, com a educação, cristãos e judeus aprenderiam a conviver em paz. Dois eventos puseram um fim a esse sonho e impulsionaram Herzl a um sonho novo. O primeiro foi uma série de pogroms (perseguições a judeus toleradas pela polícia e incentivadas pelo Estado, que ocorreram no final do século XIX na Europa). O segundo foi o caso de perseguição ao oficial francês judeu Dreyfus. 

A partir da década de 1890, Theodor começou uma campanha por um Estado judeu. Ele foi duramente criticado, tanto por cristãos como por judeus. Suas ideias foram finalmente publicadas por meio do livro O Estado Judeu. Seus ideais eram por mais do que apenas um espaço de terra que pudesse ser uma nação judaica: ele advogou um retorno ao judaísmo, em oposição à assimilação generalizada que estava ocorrendo na Europa. Seus ideais deram surgimento ao movimento sionista. Em agosto de 1897, ele organizou e conduziu o primeiro Congresso Sionista na Basiléia, Suíça. Ali foi inaugurada a Organização Sionista, com Herzl como presidente.

Mesmo diante da improbabilidade de um povo voltar a ser um Estado após quase dois mil anos, Deus foi fiel, pois esta é sua natureza.

O que me impressionou com esse personagem é o modo como Deus o usou para iniciar um movimento que culminou no moderno Estado de Israel. Na época, a ideia de um Estado judeu era considerada não só ridícula, mas também desnecessária. As comunidades judaicas da Europa se consideravam integradas, e qualquer ideia de emigrar para a Palestina, na época uma terra árida e quase desabitada, era absurda. Nos próximos 50 anos, a Europa viveria o horror do Holocausto.

Eu percebo pelo menos três lições na história desse personagem:

  1. A fidelidade de Deus para com seu povo, Israel (salmo 89, entre outros). As promessas de Deus não podem ser negadas. Deus prometeu que traria seu povo de todos os cantos da terra (Ezequiel 28.25 e Neemias 1.9). Mesmo diante da improbabilidade de um povo voltar a ser um Estado após quase dois mil anos (fato que não ocorreu com nenhum outro povo na história), Deus foi fiel, pois esta é sua natureza. 
  2. Podemos confiar em suas promessas para nós (João 14.2-4). Em tempos em que tudo parece se voltar contra as promessas de Deus, podemos ter confiança de que ele é fiel. Ele levará suas promessas a cabo. Precisamos discernir quais são suas promessas para nós e quais são falsas promessas que têm sido divulgadas por aqueles que não conhecem as Escrituras. Um bom texto para começar pode ser Mateus 8.20.

Se pessoas que não temem a Deus podem e são usadas para seus planos, quanto mais eu e você podemos nos alinhar à sua vontade e sermos usados para promover Sua glória!

  1. Cuidado com as falsas promessas de paz (Jeremias 6.14). Existem muitas vozes no mundo fazendo promessas. As mais frequentes são vozes que prometem a paz, sem um alinhamento com a vontade de Deus. Estes falsos profetas buscam nos desviar de nosso Senhor. Um exemplo foi um dos argumentos para a Primeira Guerra Mundial no início do século XX. Vários líderes diziam que esta era “a guerra para terminar todas as guerras”. Apenas naquele século houve mais de cem guerras, que envolveram mais de dois países.

Não há registro de que Theodore Herzl tenha sido sequer temente a Deus. Ainda assim, foi usado por Deus no processo da formação do moderno Estado de Israel. Tampouco esse Estado é temente a Deus, mas, ainda assim, Deus continua com seu plano soberano. Se pessoas que não temem a Deus podem e são usadas para seus planos, quanto mais eu e você podemos nos alinhar à sua vontade e sermos usados para promover Sua glória! Oro para que estejamos prontos, alertas e dispostos a sermos usados para a promoção de sua vontade.

Autor

  • Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 26º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.

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