As notícias que correm o mundo nos falam de pessoas e atitudes que na maioria das vezes estão longe de seguir o padrão divino. Qual nossa postura como cristãos diante disso?
Esta semana estamos assistindo um evento de impacto que ocorre no Rio de Janeiro. O propósito da Cúpula de Líderes do G20 é “ser um espaço de diálogo e negociação entre líderes globais, com o objetivo de fortalecer a economia mundial e promover governança global”. Paralelamente ocorreu o G20 Social, que reuniu líderes de organizações não governamentais para contribuir com a discussão do evento maior. Nesse contexto, fomos surpreendidos pela esposa de nosso presidente xingando publicamente uma outra pessoa durante o evento do G20 Social. A cena se tornou o tema mais falado do encontro. Não bastando isso, a primeira-dama também fez comentários inadequados sobre o suicídio de um homem esta semana em Brasília. Protestos, poucas defesas e uma reprimenda discreta se seguiram a essas declarações.
Enquanto eu tentei acompanhar o que havia acontecido e suas implicações para nosso país, reparei que um dos membros do painel que discutia controle da mídia social era um influencer que se tornou famoso por quadros como imitar uma foca. Mesmo sem conhecer as qualificações desse senhor, confesso que me pergunto como um indivíduo assim é chamado para uma discussão que deveria ser séria e de alto nível, contribuindo para um encontro de líderes de vários países.
De qualquer forma, ainda hoje olhando as notícias li (ainda que superficialmente) sobre uma outra personalidade que fez comentários ácidos quanto às palavras da primeira-dama. Quando fui me informar, trata-se de uma modelo que mora no exterior e veio, acompanhada de sua mais nova namorada, visitar seu filho de 12 anos que não mora com ela.
Aqueles que não seguem a Jesus são mortos espirituais que se dedicam a resolver seus problemas sem reconhecer a Deus.
Essas notícias ou informações expõe o profundo estado de vulgaridade e depravação em que o mundo se encontra. Não só temos muitos exemplos de vidas corrompidas, mas suas opiniões, conceitos, julgamentos e falas são ouvidos, analisados e considerados como importantes. Repare bem, não importa a opinião que alguém tenha de outro, xingamento público é inadequado, pois expõe apenas sua incapacidade de refletir ou dialogar. O influencer discutindo controle de mídia, quando ele mesmo já foi acusado de promover materiais imorais para crianças, é pelo menos um contrassenso. Uma modelo que não vive com o filho e que assume um namoro homossexual se aproveitando do momento para se promover criticando outra pessoa inadequada é algo que deveria ser no mínimo ignorado e não promovido.
Duas passagens bíblicas vêm à minha mente ao me surpreender com esse desfile de incoerências e futilidade. A primeira é o texto de Jesus falando sobre seus seguidores em Lucas 9.59-60:
“A outro disse: ‘Siga-me’. Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai’. Jesus lhe disse: ‘Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus’.”
Aqueles que não seguem a Jesus são mortos espirituais que se dedicam a resolver seus problemas sem reconhecer a Deus. O resultado é essa sequência de bobagens e comportamentos fúteis. O problema deles não se resume a suas opiniões fúteis, mas ao fato de que, tendo rejeitado a Deus, se perdem em sua própria ignorância e tolice.
A segunda passagem, mais voltada para nós cristãos, é o registro de Paulo em Efésios 5.3-7. Tendo incentivado os cristãos a viverem em amor, Paulo complementa:
“Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual, nem de nenhuma espécie de impureza ou de cobiça, pois essas coisas não são próprias para os santos. Não haja obscenidade, nem conversas tolas, nem piadas indecentes, que não são apropriadas, mas, em vez disso, ações de graças. Porque vocês podem estar certos de que nenhum imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém os engane com palavras vazias, pois é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência. Portanto, não se associem com eles.”
Não somos chamados a nos envolver em conversas tolas, inconvenientes e imorais.
A essência da instrução é que coisas como imoralidade, impureza, cobiça ou conversas tolas nem sequer deveriam fazer parte de nossas conversas. Pois “é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência”. Não somos chamados a nos envolver nessas conversas tolas, inconvenientes e imorais. Elas têm aparência de sabedoria, mas são tolice e insensatez.
Minha oração por mim e por você, meu leitor, é que não sejamos enganados por aquilo que o mundo promove como notícia digna de nota, como assunto a ser digerido e comentado. Muito embora existam coisas produzidas por incrédulos que merecem nossa atenção, notícias sobre quem xingou quem e por quê, opiniões de pessoas sem autoridade moral ou seriedade, não deveriam ser nem sequer mencionadas entre nós. Nós temos uma tarefa muito mais importante e não podemos ser distraídos. Como lemos em Lucas 9.60: “Você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”!
Autor
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Daniel Lima (D.Min., Fuller Theological Seminary) serviu como pastor em igrejas locais por mais de 25 anos. Também formado em psicologia com mestrado em educação cristã, Daniel foi diretor acadêmico do Seminário Bíblico Palavra da Vida (SBPV) por cinco anos. É autor, preletor e tem exercido um ministério na formação e mentoreamento de pastores. Casado com Ana Paula há mais de 30 anos, tem quatro filhos, dois netos e vive no Rio Grande do Sul desde 1995. Ele estará presente no 26º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética, organizado pela Chamada.