Oração de Adoração

A adoração deveria ser um elemento essencial da oração. Declare quão diferente, distinto ou único Deus é em contraste com tudo e todos mais.

A adoração deveria ser um elemento essencial da oração. A palavra moderna “adorar” vem do latim adorare, cujo significado é “render culto (à divindade), venerar, amar extremosamente”.[1] Estes significados indicam que a oração de adoração deveria consistir de expressões de dignidade, respeito e reverência oferecidas a Deus.

A palavra “santo” relaciona-se significativamente a expressões de dignidade, respeito e reverência oferecidas a Deus. A raiz principal da palavra que foi traduzida por “santo” significa “separar”.[2] Uma pessoa santa é separada de outras pessoas e coisas no sentido de ser diferente, distinta ou mesmo única, singular, em comparação com os outros. Desta forma, quando a Bíblia declara que Deus é santo, ela está dizendo que ele é diferente, distinto, único, ou singular, em comparação com tudo e com todos.

Depois que Deus guiou o povo de Israel em segurança através do mar Vermelho, eles disseram: “Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade?” (Êxodo 15.11). Eles associaram a santidade de Deus com o fato de que ele é único entre todos os outros deuses.

Ana, a mãe de Samuel, declarou: “Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus” (1Samuel 2.2). Ela igualou a santidade de Deus com sua singularidade.

Perguntou Deus: “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual?, diz o Santo” (Isaías 40.25). Ele indicou sua santidade e sua singularidade. Ao declarar: “Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti” (Oseias 11.9), ele quis dizer que a sua santidade envolve seu ser diferente ou distinto da humanidade.

Senaqueribe, rei da Assíria, afirmou que, assim como os deuses de outras nações não podiam resgatar tais nações de suas mãos fortes, assim também o Deus de Israel seria incapaz de resgatar Jerusalém (2Reis 18.28-35; 19.8-13). Esta insinuação, de que o Deus de Israel em nada era diferente dos deuses das outras nações, foi um ataque verbal à singularidade, ou à santidade, de Deus.

Deus respondeu a Senaqueribe como segue: “A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e arrogantemente ergueste os olhos? Contra o Santo de Israel” (2Reis 19.22). Ele advertiu a Senaqueribe de que o Deus de Israel é diferente de todos os outros. Deus demonstrou sua singularidade matando 185 mil soldados assírios em uma única noite (v. 35).

A singularidade de Deus parece significar mais para ele do que qualquer outro atributo.

Os anjos acima do trono de Deus clamam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos” (Isaías 6.3); e aqueles ao redor do trono de Deus não descansam dia e noite, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 4.8). Estes fatos parecem indicar que a singularidade de Deus significa mais para ele do que qualquer outro atributo. Sua santidade é absolutamente essencial para que ele seja quem ele é.

Ao povo de Deus foi dada a seguinte ordem: “Adorai o Senhor na beleza da santidade” (Salmos 29.2). A palavra traduzida por “beleza” significa “adorno”. Na adoração em público ou em particular, os crentes devem adornar a Deus com sua santidade, declarando quão diferente, distinto ou único ele é em contraste com tudo e todos mais.[3]

Notas

  1. Antonio Geraldo da Cunha, Dicionário de Etimologia Nova Fronteira.
  2. Otto Procksch, “hagios”, Theological Dictionary of the New Testament , ed. Gerhardt Kittel, trad. Geoffrey W. Bromiley, vol. 1 (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1964), p. 89.
  3. Francis Brown, S. R. Driver e Charles A. Briggs, “hadarah”, A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament (Oxford: Clarendon Press, 1975), p. 214.

Publicado originariamente na revista Israel My Glory (mar.-abr. 2011). Disponível em: https://israelmyglory.org/article/worship-prayer/?hilite=Renald+E.+Showers.

Autor

  • Renald E. Showers

    Renald E. Showers (Th.D., Grace Theological Seminary) nasceu em 1935 e serviu durante 36 anos no The Friends of Israel Gospel Ministry. Também atuou como professor no Lancaster Bible College, no Philadelphia College of Bible, no Moody Bible Institute, no Word of Life Bible Institute e no The Friends of Israel Institute of Jewish Studies. Escreveu 15 livros e faleceu em 2019.

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